segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natalismo* /\ Fatalismo /\ Capitalismo

Nao queria ser muito jornalístico ou tender-me ao perfeccionismo literário dos comentários críticos: a idéia é burlar aquilo que me foi dado. Vou fazer dois daquilo que me deram pela metade: poesia.
Vocês já ouviram falar em encandecer uma idéia? Pois é... estou amadurecendo a idéia, ainda, de o que escrever depois de tanto tempo sem postar aqui. A idéia já simboliza luz e como encandecer uma idéia? É como colocar espelho nas traves de uma lâmpada e dar ao espelho o mérito da iluminação. Não sou eu quem escrevo. São os olhos que me cercam que fazem isso. Vocês me encadecem. Poesia.
Nas retrospectivas, se é que são verdadeiramente úteis, que me cercam, vi de tudo: desde agitações de adrenalina em êxtase maior a auras verdes. Parece um diário de um psedomago ou quem sabe de um jornalista em busca de leitores que tendem ao misticismo: acho tudo isso uma alienação. Em suas loucuras materiais, os humanos procuram de tudo: algo que lhes agradem e nesse agitar de idéias, engolem tudo que vêem pela frente. Mas não é esse o rumo que desejo, aqui. Agora não.
Podia tecer algo sobre a lua, a noite, a metafísica do amor ou quem sabe da correlação entre sexo e espírito, mas tudo seria um amontoado conceitual. Difícil seria fazer Poesia com isso. Talvez consiga, agora não.
Mas para ser mais exato dentro da minha inexatidão, tendo ao que meu espírito entende por essencial: o equilíbrio. Esse que está longe de estar perfeitamente constante em minha vida, mas que meta nunca deixou de ser. O equilíbrio na alimentação, nos desejos, nas vontades. Isso. Equilíbrio. Uma balança harmoniosamente tirintada com as fantasias e a realidade, o espirito e a matéria.
Lembrei-me do Natal que parece estar fantasiado demais com as cores rubro e com o clima temperadamente artificial ao nosso. Estamos no verão e haja calor: e fantasiados de europeus. Jesus nasceu em Belém, na Judéia. Haja calor. E o que tem a ver com o nascimento de Jesus as neves artificiais e o sorriso articial dos papais noéis gorduchos de aluguel? Mais emprego?
É o que me parece. Não queria precisar pensar nisso. Parece-me que queriam com isso (Papai Noel, árvores gigantes) sensibilizar o povo do espírito da Caridade e da Fraternidade que devemos ter. Mas me parece que as vitrines, hoje, piscam mais que os parques natalinos, pelo menos, no carácter prático. As pessoas apenas tiram foto com Papai Noel e se vão. Elas nem se perguntam mais a lição que está por traz disso! E não sou eu quem vou trazer. Assim seria pseudoliteratura: mastiga, engole e digere. Você quer que eu ensine? Faça!
Assim como a alimentação. Celebrar nossa festa de natal, de nascimento do Grande Mestre Jesus, à mesa com um cadáver animal no centro, é como estarmos no Uga-Uga das Cavernas. Um animal que sofrera para estar ali, só que aparece nas progagandas com animações e sorrindo e cantando e dando xau, como se falasse: "coma-me, eu fui feito para isso". Mídia. Capitalismo. Eca. Não faço digestão disso.
Mas não quero ser tão pessimista. Se fui, já fui. Você continuará a comer seu PERU, tenho certeza, não para me desagradar... é um vício nosso, já. Mas eu continuarei insistindo!!!
Que neste Natal, seu abraço fraterno lembre d'Aquele que veio do Amor Eterno para conviver conosco, mostrar as lições do Além e lembrar do Amor que devemos ter.
Termino como começou tudo isso: "Glória Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade", assim como cantaram os anjos quando o Mestre nasceu.

* termo utilizado pelo jovem escritor Elilson Nascimento, cujo destaque faço merecido e orgulhoso em face de sua literatura pura e sincera, encontrada em um de seus portais: www.filosofiaintrospectiva.blogspot.com

7 comentários:

suelen disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
suelen disse...

Irmão acredito que só assim é feito um belo texto poético,sem uma idéia fixa,para um verdadeiro autor são tantas fantasias e conceitos que fica difícil se focar em uma só imagem.As letras então vão se emaranhando sendo a única solução passar td para o papel com o objetivo de alcançar Seu mais precioso grão de poesia e com vc n seria diferente”poeta aprendiz”te dor esse pseudônimo por ser tão jovem e por achar que ser precipitante é muito mais valido do que ser tão fiel da realidade mundifica.Enfim,por achar as palavras escritas tão belas e por te todas as características de um autor acaba encontrando nas mais simples palavras um importantíssimo assunto nessa tão linda data "o verdadeiro espírito natalino" nos preocupamos tanto em decorar e em encher a mesa de comida e esquecemos dá mais importante lição em que vc faz o favor de frisar muito bem a caridade,a compaixão,o amor,a harmonia,a paz,o querer bem entre tds os irmãos...bom tds esses puros sentimentos.Realmente isso não se ensina é adquiro ao longo da vida e infelizmente muitos não chegam a conquistar.
Te desejo muita luz em sua vida amigo,irmão,conselheiro,professor (pois na vida tds temos algo a ensinar e vc tem muito)
bjão

Hamon Dennovan disse...

hum...
belo texto amigo Fernando

"Glória Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade", assim como cantaram os anjos quando o Mestre nasceu".

é vamos dar gloria ao Deus de amor, Ele que nasceu em belém, Ele que foi tão bom e continua tendo misericordia de nós...
agradecemos a Ele por tudo e pelo que pode vim.

Natal Global= Papai noel(gordo de roupa vermelha), cidade cheia de gente querendo está na moda e bonitinho p dar um feiz natal que nem sempre é tão feliz assim, almas caridosas que se vão qnd dá 00:01 do dia 1 de janeiro...

E me diz qual a diferença do PERU para um ovo frito ou cozido?
De um PERU para um alface?
posso está errado mas acha que: um ovo mesmo antes do pintinho tinha seu proposito, um alface tbm teria,
plantaztem vida e celulas tbm...
o erro será presente em nossas vidas e inevitavel será não erra...
abraços amigo
E fica na paz Dele

Elilson disse...

Entre tantos temas que abordasse nesse texto, nesse meu momento, uma palavra me chamou atenção: equilíbrio!
Seria o desenrolar dessa palavra que não é "apenas um conceito" como diria você, a solução para o cotidiano?
Não sei. Só sei que ao ler sua critica em relação ao consumismo que se é empregado nesse "natalismo*"(*faço alusão ao título de meu próximo texto), lembrei de alguns dias atrás quando num famigerado 'shopping' ou centro mcomercial em nosso LEGÍTIMO português(pois até as palavras copiamos) com minha mãe, irmã e sobrinha, quando a última viu a imagem do são Nicolau(grande homem que o capitalismo transformou em 'papai-noel') e exclamou: "óia, é o papa Noel"..eu num respirar de sacarsmo virei para a pequena de dois anos e disse: "Olhe, papai -Noel não existe! É apenas um boneco. Esqueça-o". Não sei porque, mas essa minha reação gerou risos ao redor;juro que falei bem sério.
Bem...acho que é tudo!

Elilson disse...

Valeu pela 'homenagem';;
Pra mim é muito legal que um termo utilizado por mim em uma de minhas crônicas tenha servido pra ti!
Logo a ti, o nosso poeta maior!

Obrigado irmão.
Pra mim és sempre uma inspiração.

Unknown disse...

"Não sou eu quem escrevo. São os olhos que me cercam que fazem isso."

Adoraria ter escrito isso (entre tantas outras coisas que estou lendo por aqui, nestes, digamos, "textos" - eu havia pensado na palavra esculturas em palavras, ou algo assim). Pois é, você esculpe com palavras, meu irmão... E como você faz isso com maestria...!

Unknown disse...

Ah! Ía esquecendo... Acho que mudarei totalmente meu cardápio pro próximo Natal - sério...

Acho que porei em minha mesa um pouco mais de pensar-nos-outros temperado a compaixão verdadeira; acho que servirei a quem vier à minha mesa uma grande travessa de sincera, luminosa e plena alegria não pela festa, mas por ter aprendido um pouco mais...; acho que abrirei a melhor garrafa de sinceridade, safra novíssima mas oculta há tamto tempo...

Enfim...